quarta-feira, 27 de abril de 2011

MANSIDÃO



MANSIDÃO

Escureço junto à noite que nasce, fria.
Dissolvo as palavras no licor do silêncio
E as bebo, assim mesmo, sem acompanhamentos,
No dedilhar de gotas que se esquecem à mesa.
Eis que a Lua enfeitiçada me surge
Tentando ocultar-se entre o manto de estrelas.
Conto sem pressa alguma,
Admirando-as uma a uma.
Na janela, debruço-me - o frescor na face.
As horas avançam em silenciosa agonia.
Nas folhas, as lágrimas silentes do céu
Vestidas de orvalho como disfarce
À espera do despontar do dia.

Eritania Brunoro

Um comentário:

Maurélio disse...

Maravilhosos versos querida amiga.
Bjsss