sábado, 23 de outubro de 2010

À MESA

À MESA

Assimilo palavras,
sorvo da taça as letras soltas,
em tons de uva, que navegam.
Fatio no prato ligeiras impressões,
separo contornos de letras, pedaços largados
ao lado, ao canto do guardanapo.
Renegados estão os aperitivos das tuas falas.
Arregalo olhos de quem não te vê sempre à mesa.
Sirva-se das linhas que te sobraram.
Deleite-se com o torpor do vinho nos dedos.
Limpe os líquidos resíduos, que se perderam aos cantos
da tua boca, do teu delírio, nos teus medos.
 
Eritânia Brunoro
Publicado no livro "100 Grandes Poetas Brasileiros Contemporâneos - Edição 2010" da CBJE

Um comentário:

mundo azul disse...

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Seu poema é muito bonito! Belas imagens você construiu...



Beijos de luz e o meu carinho!

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